segunda-feira, 28 de novembro de 2016

O Filho de Machado de Assis - 8


Entretenimento

Escritor mineiro cria herdeiro imaginário de Machado de Assis

O escritor mineiro Luiz Vilela está entre os maiores contistas e romancistas brasileiros
O escritor mineiro Luiz Vilela lançou, recentemente, o livro “O filho de Machado de Assis” (Ed. Record; 128 páginas; R$ 37,50). Essa é a 32ª obra do autor, que possui vasta produção de romances e livros de contos.
No novo trabalho ficcional de Vilela, o enredo é desenvolvido entre os pressupostos levantados pelo Professor Simão e seu aluno Mac sobre a possibilidade de que existe um herdeiro de Machado de Assis, na contramão do livro “Memórias póstumas de Brás Cubas”, do próprio Machado de Assis, que finalizava a obra afirmando: “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria”.
A narrativa seca e direta e diálogos marcantes são características do trabalho de Vilela. Aos 73 anos, o autor reside atualmente em Ituiutaba, sua cidade natal, onde se dedica à produção literária. Em 2014, ele foi o autor homenageado na 3ª edição do Festival Literário de Araxá (Fliaraxá), por ser um dos maiores contistas e romancistas do País.
Na ocasião, comentou com a reportagem do CORREIO de Uberlândia sobre seu processo de criação. “Nunca tirei férias da literatura, a inspiração vem a qualquer hora. Escrevo tudo à mão, depois datilografo e só depois passo para a máquina de escrever”, disse ele ao repórter Pablo Pacheco.
http://www.correiodeuberlandia.com.br/entretenimento/escrito-mineiro-cria-herdeiro-imaginario-de-machado-de-assis/

sábado, 26 de novembro de 2016

Artigo aborda aspectos zooliterários em Manuel Bandeira e Luiz Vilela


     Partindo do pressuposto de que, em textos literários, “os animais, os objetos e os conceitos que nele desempenhem funções de agentes se encontram inevitavelmente antropomorfizados, mesmo que só implicitamente, porque o homem projeta neles os seus valores ou exprime através deles os seus valores (que podem ser os valores de um anti-humanismo)” (Vitor Manuel Aguiar e Silva, Teoria da Literatura, 8ª ed., 2007, p. 694), as autoras do artigo “O animal como figura representativa do descompasso amoroso e da solidão humana” abordam a relação entre homem e animal na literatura brasileira através da análise do poema “Porquinho-da-índia”, de Manuel Bandeira, e do conto “Zoiuda”, de Luiz Vilela.

  O trabalho, publicado na revista Estação Literária, é de autoria de Eunice Prudenciano de Souza e Pauliane Amaral, integrantes de GPLV, e apresenta a proposição de que tanto o porquinho-da-índia do poema de Bandeira quanto a lagartixa do conto de Vilela apresentam qualidades que revelam a necessidade de afeto gerada pela incomunicabilidade e solidão; esses aspectos marcam tanto a enunciação do sujeito lírico do poema quanto a psicologia da personagem do conto. Antropomorfizados na figura de uma mulher, a quem imaginariamente substituem, esses animais desvelam o descompasso amoroso que marca a trajetória dos sujeitos do poema de Bandeira e do conto de Vilela.  

     Para conferir o artigo completo clique aqui.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Integrantes do GPLV participam do Encontro de Iniciação Científica da UFMS

Igor Iuri Dimitri Nakamura e Mateus Antenor Gomes, orientandos da Prof.ª Dr.ª Kelcilene Grácia-Rodrigues e integrantes do GPLV, apresentaram seus trabalhos de PIBIC no Encontro de Iniciação Científica da UFMS, na manhã de ontem, 23 de novembro, no Câmpus 1 da UFMS de Três Lagoas. Igor falou sobre “A Fortuna Crítica da coletânea Tremor de terra, de Luiz Vilela” e Mateus sobre “A Fortuna Crítica do romance Os novos, de Luiz Vilela”.
Abaixo, registros de suas apresentações:
Igor Iuri Dimitri Nakamura

Mateus Antenor Gomes

domingo, 20 de novembro de 2016

O filho de Machado de Assis - 7

"E daí?" − Daí nada.


Luiz Vilela
Rio de Janeiro: 
Ed. Record, 2016


Tamas Ribeiro Coelho de Souza *


Conheço pouco, ou quase nada, do autor, Luiz Vilela. Lembro vagamente do nome, talvez por causa daquela coleção paradidática tão famosa na minha adolescência, "Para Gostar de Ler", que reunia contos de diversos autores brasileiros. Esta ignorância tanto pode ser uma vantagem ─ evita pré-julgamentos ─ quanto desvantagem ─ cria expectativas distorcidas ou exageradas.
No caso, foi um pouco dos dois. Influenciado pelo título do livro, esperava algo como um romance histórico, cheio de referências a um Rio de Janeiro da época de Machado, talvez uma trama meio detetivesca, envolvendo segredos e intrigas, conduzida por um investigador diferente, um professor, um bibliotecário.
Não errei de todo, embora o livro esteja longe de qualquer uma das duas coisas. Através do ponto de vista de Mac, um jovem formado em Letras, ficamos sabendo da descoberta da existência de um filho de Machado de Assis pelo professor Simão, espécie de tutor de Mac. A história é narrada quase que de uma tomada só, através de um extenso diálogo entre os dois.
O que poderia ser um problema ─ minhas expectativas foram quebradas ─ transforma-se em uma prazerosa leitura. A história é narrada em ritmo bastante ágil: diálogos precisos e curtos, parágrafos pequenos, descrições breves. Difícil encontrar qualquer informação ou dado inútil; tudo parece se encaixar. Mesmo dados históricos, não raro cansativos em romances, no geral meras desculpas para exibição de conhecimento, aqui cumprem uma função: ajudam a ambientar o leitor, talvez não tão conhecedor de literatura, a entender a relevância da descoberta. Não tem somente esta função: o diálogo se dá entre dois profissionais de Letras e o assunto é literatura, logo é razoável que haja menções e referências à área.   
O fato de ser um diálogo quase ininterrupto também não cansa. Há digressões de Mac, o aluno, que tanto contribuem para conhecer melhor a personagem quanto ajudam no ritmo da história. Do mesmo modo, a conversa entre professor e pupilo flui de forma natural: há piadas bobas, ironias, trocadilhos toscos, apelidos, mudanças de assunto. Enfim, tudo que faz parte de um bate-papo entre amigos.
É através desse diálogo que conhecemos melhor os dois: Mac, o aluno, e o professor Simão. O primeiro é jovem, bem-humorado, parece não estar tão interessado na descoberta do professor, talvez suspeitando que haja ali delírios ou exageros do velho. Compreende bem o mestre, ouve-o com paciência, faz diversas perguntas, e abusa das brincadeiras para descontrair. Simão é quase o oposto: sisudo, bem idoso, leva bastante a sério sua descoberta e pesquisa. Esforça-se o tempo todo para evitar revelações sobre sua descoberta, o que acaba virando uma espécie de piada interna entre ambos.
Há outros detalhes que ajudam a conhecer melhor as personagens; o professor, às vezes um pouco estereotipado, usa palavras antiquadas: "erada", "sodalício", "rubinácea". No entanto, o que mais chama a atenção é a total ausência de uma linguagem politicamente correta, o que causa uma espécie de apreensão em Mac, que a todo momento tenta corrigi-lo. O professor abusa de palavras e comentários que hoje em dia soam preconceituosos.
Nada disso é gratuito, nem o professor é um velho racista ou homofóbico, como uma leitura enviesada e burra poderia achar. Na verdade, é só um traço comum de sua avançada idade. O diálogo ─ com seus muitos  comentários filosóficos sobre a vida, casos sobre outras pessoas, digressões do professor que acabam por irritar Mac ─ constroem um personagem idoso verossímil, com manias, cacoetes e rabugices próprios dos octogenários.
 Também vamos conhecendo melhor Mac, a princípio irônico e condescendente com um velho professor, e que demonstra carinho real pelo mestre. Seus comentários ao longo da narrativa, quase como que seus pensamentos expostos em simultaneidade à cena, evitam o cansaço de um diálogo quase que ininterrupto e nos ajudam a entender o protagonista.  
Assim, entre piadas, comentários literários e a descrição da descoberta do professor, o enredo se desdobra sem desgastar o leitor e vai se encaminhando para um final que, bem diferente das minhas expectativas iniciais, se mostra quase que inevitável pelo andar da narrativa. E aí fica um porém: a resolução do drama, até por certo inexorável pela trama que o autor escolheu, se mostra um pouco forçada  introduzida quase que no final, prejudica o desfecho, não pelo anticlímax, mas pela previsibilidade.
Tal aspecto, porém, nem de longe invalida a leitura da novela, que, partindo de uma premissa muito interessante, chama certamente a atenção de qualquer leitor, conhecedor de Vilela ou não. Acaba sendo uma aula de como contar uma história de maneira eficaz, prazerosa, sem pretensões exageradas, sejam de caráter histórico, filosófico ou moral. Luiz Vilela parece simplesmente querer reproduzir o diálogo entre dois amigos, entre um aluno e seu mestre, da forma mais natural possível, o que faz com maestria. Para os que encontram nisto um demérito, talvez como Luana, a namorada de Mac, que ao ser informada da descoberta do professor reage com um sonoro "E daí?", deixo a mesma resposta de Mac: "Daí nada".

* Tamas Ribeiro Coelho de Souza,
Especialista em Lingüística Aplicada ao Ensino de Língua Inglesa pela UFF, professor de inglês na empresa Cultura Inglesa- RJ, tamasrj@gmail.com

sábado, 19 de novembro de 2016

Três Histórias Fantásticas - uma resenha

O FANTÁSTICO IRÔNICO EM LUIZ VILELA

Rodrigo Andrade Pereira (PG-UFMS)

O teórico da literatura Georg Lukács (1885-1971) afirma que o romance é o único gênero literário em que a ética do romancista converte-se em problema estético da obra. O romancista, novelista e contista Luiz Vilela nos parece estabelecer tal paradigma também no conto. Ele demonstra esse engenho e arte já em seu livro de estreia, Tremor de Terra, do qual saíram os três contos que compõem a coletânea Três Histórias Fantásticas, que acaba de ganhar uma segunda edição, pela Editora do SESI de São Paulo. A primeira edição saiu em 2009, pela Editora Scipione, com prefácio de Sérgio Rodrigues. Integram a antologia os contos “Imagem”, “O buraco” e “O fantasma”.
Vilela, nestas três histórias, todas elas com vasta fortuna crítica e muito elogiadas pela crítica especializada, faz o que há de melhor em sua contística, por meio de um problema estético expõe a sua ética, a sua reflexão filosófica, um olhar aguçado e atento para os problemas mais candentes da sociedade e, consequentemente, do ser humano. O escritor se vale, nesses contos, o que é uma constante que se apresenta em todos os seus livros, de uma verve altamente irônica, em gradações que vão do riso ao sarcasmo; também neles, como nas suas demais obras, verificamos uma profunda reflexão sobre a alma humana, por vezes até didática, acessível, mas sempre encantadora. Não é à toa que o livro, tanto a edição de 2009, quanto essa edição de 2016, foi escolhido pelo PNBE – Plano Nacional Biblioteca na Escola, como obra paradidática para o Ensino Fundamental II e Ensino Médio.
Duas dessas histórias foram abordadas no trabalho de conclusão de curso de Fabiano Sorrequia Oliveira, intitulado O fantástico nos contos de Luiz Vilela. Yvonélio Nery Ferreira abordou o conto “O buraco”, no artigoAspectos relevantes sobre memória e identidade no conto "O buraco", de Luiz Vilela”, e o professor Rauer Ribeiro Rodrigues abordou o conto “Imagem” no artigo “O motivo do espelho em contos de Aluísio Azevedo, Machado de Assis , Guimarães Rosa e Luiz Vilela”. Outros estudos sobre os contos podem ser localizados no Blog sobre Luiz Vilela, em registro sobre o lançamento da segunda edição das Três Histórias Fantásticas, disponível na página < http://gpluizvilela.blogspot.com.br/2016/11/sesi-sp-lanca-2a-edicao-das-tres.html >.
A orelha do livro faz a seguinte apresentação dos contos: “Um jovem estranha sua imagem no espelho, sofre com isso, e sai então em busca de sua verdadeira identidade. Outro jovem, que vinha desde menino cavando um buraco no quintal de casa, vai perdendo a sua forma humana, tornando-se cada vez mais solitário. Um terceiro jovem, para fugir do Carnaval, viaja para um lugar deserto e lá, numa casa abandonada, encontra um fantasma. Três histórias surpreendentes, três histórias que, além de entreter, nos levam a pensar sobre os mistérios do ser humano, da vida e do mundo”.
O que nos chama a atenção nessas três histórias, primeiramente, é o narrador. Em todas as três narrativas temos um narrador autodiegético, o que, a nosso ver, contribui bastante com a identificação desses personagens narradores pelo público alvo dessa coletânea, o adolescente entre 13 e 16 anos. Todos os narradores são do sexo masculino, vivendo angústias e medos, a solidão e ─ paradoxalmente ─ o desejo da solidão, a falta de jeito e a ausência de vontade para se comunicar. Esse narrador, com tais características, é, ao nosso ver, um viés do arquinarrador de Luiz Vilela, e apresentam mecanismo narrativo que encontramos muitas vezes em suas outras obras, ao moldar o problema ético dos relacionamentos humanos no fundo estético dos caracteres comuns das personagens que coloca em cena.
São personagens comuns, vivendo dramas cotidianos, em narrativas coloquiais, de linguagem simples. O problema ético em pauta é o drama da vivência em sociedade enfrentado por seres arraigadamente insulares, em narrativas que se constroem na chave estética do fantástico, um subgênero literário de larga tradição, ainda que minoritário diante da avalanche neorrealista umbigocêntrica da maior parte da literatura brasileira, perfil, aliás, que jamais atraiu Luiz Vilela.
Nesses contos, o fantástico se dá pela relação que o narrador protagonista estabelece com algum tipo de “objeto”, algo em se agarra, para superar essa falta de comunicação. No primeiro conto, “Imagem”, um adolescente tem no espelho esse objeto, e é por meio dele que o protagonista irá refletir sobre a sua condição, a sua transição do mundo infantil para o mundo adulto. No segundo conto, “O buraco”, o protagonista “faz” o seu objeto, no caso um buraco no fundo de casa, onde passa a frequentar e por último morar nele, a ponto de se metamorfosear para se adequar àquele ambiente. No terceiro conto, “O fantasma”, o protagonista, o único que inicia a narrativa já na fase adulta, encontra em um fantasma, que, reza a lenda, andava assombrando a casa da fazenda do seu tio, alguém com quem possa conversar sobre as trivialidades da vida, em uma noite chuvosa.
Nas relações com os objetos, das quais nasce o fantástico, há uma forte ironia. Em “Imagem”, o espelho devolve ao protagonista não a sua imagem física, mas uma projeção do modo em que a personagem se vê no mundo que o rodeia ─ desse modo, o espelho se faz derrisão do social e dissolução do eu enunciador. Em “O buraco”, a toca do Zé que se transforma em tatu é abrigo que lhe retira da vida social e familiar, sendo representação do humano como inescapável misantropia. Em “O fantasma”, o fantasma é o homem frágil diante de um mundo perverso, pervertido, caótico, construído por homens sem alma, sem medo, sem inocência.
Em enredos de teor derrisório, irônicos e autoirônicos como esses, Luiz Vilela nunca se deixa levar pelo melodramático, pelo panfletário ou apela ao fantástico infantil-infantilizado dos contos de fada. Até no conto explicitamente marcado por uma retomada antropofágica de Franz Kafka ─ a óbvio no conto “A Metamorfose”, de modo subliminar com relação ao romance O Castelo, mas também e principalmente pela novela “O Covil” ─ , Vilela é dissonante, e entrega algo novo, com uma técnica unicamente sua.
Três histórias fantásticas já é um livro amplamente utilizado nas aulas de leitura com fins de análise textual e gramatical desde a sua primeira edição, em 2009. Registre-se, de passagem, que tal operacionalização da literatura, lida sem aparato literários e para outros fins da disciplina Língua Portuguesa, é um equívoco que afasta os estudantes do texto literário. Entretanto, como as narrativas de Luiz Vilela apresentam forte apelo diante do público infanto-juvenil, a leitura de obras como essa Três Histórias Fantásticas constituem excelente porta de entrada para outras obras literárias de qualidade.
O lançamento de 2009, esgotado, agora ganha, pela Editora do SESI de São Paulo, caprichada edição - e chega com inesgotável fôlego para uma nova geração. 

        Professores, vamos embora formar novos leitores? Luiz Vilela é sempre leitura obrigatória!

OBS.: Outras informações sobre os lançamentos de 2016 de Luiz 
Vilela, aqui e aqui.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

SESI-SP lança 2a. edição das "Três Histórias Fantásticas"


           Um jovem estranha sua imagem no espelho, sofre com isso, e sai então em busca de sua verdadeira identidade. Outro jovem, que vinha desde menino cavando um buraco no quintal de casa, vai perdendo a sua forma humana, tornando-se cada vez mais solitário. Um terceiro jovem, para fugir do Carnaval, viaja para um lugar deserto e lá, numa casa abandonada, encontra um fantasma. Três histórias surpreendentes, três histórias que, além de entreter, nos levam a pensar sobre os mistérios do ser humano, da vida e do mundo.

               Luiz Vilela escreveu "Imagem" e "O fantasma" aos 22 anos, e aos 23, "O buraco". Os três contos foram por ele incluídos no seu primeiro livro, Tremor de Terra, que ele publicou aos 24 anos e que ganhou na época o maior prêmio literário do Brasil, o Prêmio Nacional de Ficção.

             Três Histórias Fantásticas foi selecionado pelo PNBE, Programa Nacional Biblioteca da Escola, foi escolhido para participar na Feira de Bolonha e recebeu o certificado de "altamente recomendável" da FNLIJ, Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.

     Lançado pelo Editora SESI-SP, Três Histórias Fantásticas integra o bloco de Literatura Geral da coleção "Quem lê sabe por quê" e já está nas livrarias.



ALGUNS COMENTÁRIOS SOBRE O LIVRO OU SOBRE
UMA DAS TRÊS HISTÓRIAS QUE O COMPÕEM:

1.
O mineiro Luiz Vilela dedicou sua dupla vida profissional à prosa curta e à precisão no uso das palavras. Como contista, traz de sua outra atividade - o jornalismo -, a clareza do texto e a economia de adjetivos. Neste pequeno volume, três histórias em que trabalha a emergência do insólito, que traga os personagens para um colapso. Destaque para o terror pouco ortodoxo de "O fantasma". (CADERNO 3, Diário do Nordeste, Fortaleza, 24 jul. 2009; disponível aqui).

2.
No conto “Imagem”, a personagem descobre pelo reflexo um outro “lado” dele mesmo. O personagem admira o que é, o que pode ser. Ele se fascina com seu duplo e sabe que o reflexo mostra diferentes formas dele mesmo. (Emerson Bezerra da Silva; Adilson dos Santos, Reflexos do "Eu" em Rodenbach e Vilela. Disponível aqui, acesso em 15 nov. 2016).

3.
Os contos do livro partem de situações aparentemente banais, mas logo colocam o leitor diante de um cenário inusitado, onde surgem questões existenciais recorrentes aos homens, como a busca da própria identidade, o isolamento e a solidão. Em “Imagem”, um jovem em busca da própria identidade mantém uma relação digna de Narciso com o espelho de seu quarto – só que o rosto que ele vê refletido muda o tempo todo. No segundo texto, intitulado “O buraco”, o protagonista, ainda na infância, começa a cavar, no quintal de sua casa, um buraco que, por fim, irá engolir sua humanidade. No último conto, “O fantasma”, o hóspede de uma casa com fama de mal-assombrada bate um descontraído papo com o fantasma que lhe aparece certa noite, num encontro que vira do avesso a lógica do terror. (Do Skoob, disponível aqui).

4.
Os três contos "fantásticos" reunidos neste livro, todos saídos de Tremor de terra, só fogem ao estilo do autor na superfície. [...] São contos raros na obra de Vilela. O filão fantástico nunca mais foi explorado por ele depois do livro de estreia. Mesmo assim, as três histórias se integram bem à paisagem de sua obra. [...] As histórias de Luiz Vilela sempre caminham do simples para o complexo, do familiar para o aterrador, e não é diferente aqui. (Sérgio Rodrigues. Do lugar-comum ao lugar incomum. Introdução a Três histórias fantásticas, de Luiz Vilela. 1a. edição. São Paulo: Scipione, 2009).

5.
Transfigurar em um animal é negar sua própria identidade, é assimilar e assumir o discurso que a vizinhança começou a proferir, chamando José de tatu. Ao buscar constituir esta nova identidade, observa-se justamente a condição fragmentária do homem na contemporaneidade, um indivíduo que se constrói através da diferença, negando ser aquilo que é, no caso de José, um ser humano, e adquirindo uma nova identidade, a de tatu. (Yvonélio Nery Ferreira. Aspectos relevantes sobre memória e identidade no conto "O buraco", de Luiz Vilela. Evidência (Araxá), v. 5, p. 157-174, 2009. Disponível aqui).

6.
O espelho em Luiz Vilela, embora reflita opções presentes em Machado de Assis e Guimarães Rosa, oferece imagem inversa de ambos: leva as opções de Machado de Assis a um novo e exagerado grau, que desintegra o estado atual ao invés de mantê-lo, e torna o efeito positivo do espelho de Guimarães em dúvida e negatividade. Os três autores captam, pela metáfora do espelho, tornada metáfora nuclear para cada um, a psicologia essencial das histórias individuais envolvidas, que assim expressam a cosmovisão de cada um deles. (Mary Lou Daniel, Mirroring Machado: Guimarães Rosa and Luiz Vilela. Hispania, v. 72, Number 4, December.USA, 1989, p. 952).

7.
Em Luiz Vilela, o espelho ganha complexidade, incorpora os significados precedentes [em contos de Machado de Assis, Aluísio Azevedo e Guimarães Rosa] para em seguida negá-los, em derrisão para a qual não aponta alternativa, terminando em negatividade, pessimismo, ceticismo e niilismo. (RAUER [Rauer Ribeiro Rodrigues]. O motivo do espelho em contos de Aluísio Azevedo, Machado de Assis , Guimarães Rosa e Luiz Vilela. In: Carlinda Fragale Pate Nuñez, Germana Sales, Rauer Ribeiro Rodrigues, Roberto Acízelo de Souza e Socorro de Fátima Pacífico Barbosa (Organizadores). História da literatura: práticas analíticas, volume 2. Rio de Janeiro: Makunaíma, 2012. p. 154-176. Disponível aqui aqui).

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Professora da UERJ desenvolve atividades do 7º Seminário do GPLV e 2º Seminário de Linguística

Onze anos de correspondência: os machados de Assis

Maria Cristina Cardoso Ribas
Editora  PUC-Rio
Editora 7 Letras
2008

DEFINIDAS AS PRIMEIRAS ATIVIDADES NA REPROGRAMAÇÃO 
DO 7º SEMINÁRIO DO GPLV E 2º SEMNÁRIO DE LINGUÍSTICA

As atividades do 7º Seminário do GPLV e 2º Seminário de Linguística, após o adiamento exposto em nota publicada aqui, estão sendo remarcadas. A abertura do evento seria com Conferência da Profa. Dra. Maria Cristina Cardoso Ribas (UERJ), que também debateria projetos do Seminário e ministraria um minicurso. Todas essas atividades foram remarcadas, e serão realizadas com a seguinte programação:
Dia 12/12, às 13h30 – Seminário de Pesquisa
Sala: Sala de Acervos Literários do GPLV,
            Câmpus 1, UFMS, Três Lagoas

Projetos em debate:


1.....Karina de Fátima Gomes, projeto de doutorado sanduíche: A concepção de infância em contos de Alciene Ribeiro..

2.  Letícia Alvarez Mendes, pré-projeto de mestra-do: Augusto  César Proença: Acervo e Fortuna Crítica.

3. Nathália Soares Fontes, pré-projeto de mestrado: A consciência do feminino nos contos de Alciene Ribeiro.

4. Katria Gabrieli Fagundes Galassi, pré-projeto de doutorado: A Fortuna Crítica de Judith Grossmann.

5.  Maria do Socorro Pereira Soares Rodrigues do Carmo, projeto de mestrado: Alciene Ribeiro: uma vida registrada em Acervo.

Dia 12/12, às 20h – Conferência
Sala: Sala por definir,
          Câmpus 1, UFMS, Três Lagoas
Acervos literários: a prática, a teoria, a experiência - meu caso de amor com Machado de Assis, por Maria Cristina Cardoso Ribas (UERJ)
Relato de pesquisa realizada na Academia Brasileira de Letras, no Arquivo Machado de Assis, do Centro de Memória da ABL. A documentação, constituída majoritariamente de manuscritos, abre um leque de possibilidades interpretativas sobre os perfis de Machado e permite reconhecer o foco oblíquo com que o “bruxo” radiografa a sociedade carioca do século XIX em sua passagem para o XX. A reconhecida obliquidade da lente machadiana ganha novas cores e máscaras no exame cuidadoso do acervo.

Dia 13/12, às 19h – Minicurso
Sala: Sala por definir,
          Câmpus 1, UFMS, Três Lagoas
Resumo:
Literatura e(m) Cinema: por um
novo olhar sobre Adaptação

Maria Cristina Cardoso Ribas
(UERJ)

Diante da crescente demanda pelos estudos das narrativas contemporâneas que recolocam em cena o diálogo Literatura e outras linguagens, vimos propor uma reflexão sobre Adaptação de textos literários pelo cinema. Pretendemos discutir, do ponto de vista do pesquisador da área de Letras, o conceito de adaptação (Hutcheon, 2006) e seus desdobramentos, sobretudo quando erigidos a partir de condicionamentos prévios que direcionam as análises usuais sobre o tema de forma redutora. No processo de migração entre as narrativas literária e fílmica, a perspectiva tradicionalista as estigmatiza, respectivamente, em texto fonte e texto derivado (STAM, 2000), numa ordem hierárquica quase insolúvel e avessa ao método comparativista (CARVALHAL, 2006). Tais estigmas serão postos em xeque a partir de tópicos da teoria literária circunscritos a: (1) noção de sujeito, autoria; (2) postulados de originalidade, continuidade e fidelidade; e (3) cadeia linear origem, meio e fim. Como problematização da proposta, faremos, ainda, um breve estudo comparativo do conto de Machado de Assis “Pai contra Mãe” (Relíquias da Casa Velha, 1906) e o filme de Sergio Bianchi, “Quanto vale ou é por quilo” (2005). Esperamos trazer, ao debate, tópicos usualmente aceitos como dispositivos de valorização e validação das narrativas em jogo e, em última análise, da obra artística e do próprio discurso crítico sobre a arte e que obliteram o nosso olhar sobre a produção artística na contemporaneidade.
Palavras-chave: Adaptação, Literatura e cinema, Migração de narrativas, Machado de Assis, Sergio Bianchi.

As demais atividades do evento serão informadas assim que forem reprogramadas. Como consta na nota sobre a modificação da estrutura da programação do 7º Seminário do GPLV e 2º Seminário de Linguística, “o evento será reprogramado, com suas atividades sendo distribuídas ao longo dos próximos meses”. Dúvidas ou pedido de informações, entre em contato, por favor, pelo e-mail 
“Seminário do GPLV” <seminariogplv@gmail.com>.

sábado, 12 de novembro de 2016

O Filho de Machado de Assis - 6

Revista Bravo!

Oct 27

A nossa miséria

Especialista nos diálogos, Luiz Vilela brinca com o impacto da descoberta anunciada já no título de seu novo romance, O Filho de Machado de Assis


         
















“O final de Brás Cubas… é mentira!” A fala é uma das muitas de O Filho de Machado de Assis, cujo título já serve para explicar do que está tratando o professor Simão: que Joaquim Maria Machado de Assis, ao contrário do que se pensava, teve um Joaquinzinho. Que Machado, sim, transmitiu para uma criatura o “legado de nossa miséria”.




       



          Na ficção de Luiz Vilela, o que se diz sempre é importante. Especialista em diálogos, o escritor mineiro sempre os usou a serviço de uma economia essencial, em que a literatura vai se apoiar principalmente na interlocução. É assim, por exemplo, no romance Graça (1989) e nos contos de A Cabeça(2002). E está de volta em O Filho de Machado de Assis, seu novo romance.
           “É mentira!”, diz Simão a Mac, um ex-aluno servindo de narrador para o leitor e interlocutor para o professor. Que jura haver um documento na biblioteca provando o fato. A descoberta revolucionária, eles comentam, vai jogar no lixo uma porção de teses acadêmicas, promover mil debates, provocar revisões sem conta em livros didáticos. “Eu pensei nessa história em 2008, véspera do centenário de Machado”, diz Luiz Vilela a Bravo!. Momento perfeito para esse “desastre” fascinante.
        Uma das questões implícitas aqui, naturalmente, é o impacto da vida pessoal de um escritor na análise da sua obra. Mas não só. Misturadas ao colóquio e às digressões, estão lá também, em tom divertido, a machadolatria, o politicamente (in) correto, o futuro da literatura, a universidade, as certezas desmentidas pela história. “Todas essas questões”, diz Vilela, “são importantes, todas partes integrantes da narrativa.”
       E mais se fala: que o filho seria negro; que talvez Machado tenha guardado segredo para casar com Carolina; mas Machado não era gay? Não teve, em vez disso tudo, uma filha com uma atriz de teatro? E que diferença existe afinal entre a verdade e o rumor, o boato?
          E é assim que, como costuma acontecer nos textos de Vilela, as grandes questões ombreiam com a irrelevância, a banalidade, o trivial — não como juízo moral, apenas — quase — como ilustração. E, por fim, a indiferença num sábado de praia. Um pedacinho cada de nossa miséria.
__________________
O Filho de Machado de Assis, Record, 128 págs., R$ 39,90
                                                               https://medium.com/revista-bravo/a-nossa-mis%C3%A9ria-88d33dff1553#.emuvafa3k

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

SEMINÁRIO DO GPLV É ADIADO

Os organizadores do 7º Seminário do GPLV e 2º Seminário de Linguística comunicam que adiam o evento, em virtude de não estar garantida, até o momento, a normalidade institucional do Câmpus 1 da UFMS de Três Lagoas para a data programada.

Diante da situação, o evento será reprogramado, com suas atividades sendo distribuídas ao longo dos próximos meses.

As atividades serão divulgadas com antecedência e comunicadas por e-mail aos pesquisadores que já se inscreveram.

Novos prazos para inscrição também serão abertos.

Os certificados serão fornecidos a cada etapa. 

Agradecemos a compreensão.

GPLV
Três Lagoas, 10 de novembro de 2016.

OBS.: Dúvidas específicas, por favor, entre em contato pelo e-mail:
Seminário GPLV <seminariogplv@gmail.com>

domingo, 6 de novembro de 2016

O Filho de Machado de Assis - 5

     Quando escrevi meu livro Os segredos da ficção - Um guia na arte de escrever narrativas – cataloguei cinco tipos de diálogos:

1 – Diálogo tradicional com sinais gráficos:
– Vou ao cinema, Soraia. Quer ir comigo?      
– Sim; quero muito ir com você.... 

2 – Diálogo tradicional sem sinais gráficos:
Vou ao cinema, Soraia. Quer ir comigo...?
Sim, quero muito ir com você... 

3 – Diálogos com aspas, dramáticos:
– Já lhe disse mais de uma vez: “Mate, se não quer morrer”.     
– Pode não ser assim: “Não faça inimigos para não ter de enfrentá-los depois”, meu pai dizia sempre. 

4 – Diálogos entrecruzados:
    
– Uma medalha para o sr. Jacques... “Quem sabe posso buscá-la em casa...”.   – Outra medalha para a filha do sr. Jacques...    “Será um momento muito feliz...” 

5 – Diálogo indireto livre:
    Vim a Comala porque me disseram que aqui vivia meu pai, um tal de Pedro Páramo...   Vim a Comala porque me disseram que aqui vivia meu pai – voz do narrador   Um tal de Pedro Páramo – voz da mãe do narrador... 

Agora devo acrescentar mais um diálogo narrativo: o desenvolvido pelo escritor mineiro Luiz Vilela no seu mais recente romance O filho de Machado de Assis (Record). O diálogo narrativo se apresenta como novidade em Vilela porque revela todo o texto dramático e não apenas um detalhe, digamos, um ponto do enredo.
Na verdade, o diálogo tem sido o aspecto mais importante na obra de Vilela, desde que Antônio Cândido chamou a atenção para isso na estreia do autor agora consagrado. Mesmo com muitas experiências, o diálogo em Vilela nunca perdeu a qualidade e a agilidade. Agora avança, definitivamente, porque envolve a trama e o desenvolvimento narrativos, mesmo quando cede espaço para a digressão, como ocorre no capítulo 5 do livro.
Destaque-se que, no capítulo 5, a narrativa, por assim dizer “linear”, cede espaço a um novo personagem, o padre Ludovico. Faço distinção ao linear porque nada em Vilela é linear, mesmo o diálogo mais simples e mais humilde. Até porque nesse escritor tudo parece simples e humilde. E tudo só na aparência. Reforçando o diálogo, veementemente, o mineiro parece – e esta é uma palavra muito cara para a análise dos seus textos, sempre parece – dispensar, por exemplo, os cenários que, no entanto, mostram-se em marcações rápidas e secas.
Vejam o que acontece na abertura deste O filho de Machado de Assis: “Naquela manhã, uma bela manhã de sábado, preparava-me para ir à praia, onde me encontraria com a minha namorada, quando o telefone tocou.”
De repente, num texto de pouquíssimas palavras, há um cenário muito forte que localiza a ação e o personagem. Precisão rigorosa e rápida. O leitor situa-se logo num cenário de uma praia numa bela manhã de sábado. A questão é saber qual a função do adjetivo “bela” neste momento. Percebemos, por isso mesmo, com a maior clareza, que um dos destaques mais fortes deste livro é a ironia. Vilela ironiza, no plano geral, com este tipo de pesquisa inútil que atinge pontos risíveis dos estudos literários. Por que um estudioso passaria anos a fio procurando descobrir se Machado de Assis teve ou não um filho, por causa de uma frase do narrador de Brás Cubas? Claro que o autor reconhece que o motivo é bobo, sem qualquer tipo de influência nos estudos machadiano. Mas a narrativa expõe: “eu li esse final de Brás Cubas quando eu era jovem. Eu li na escola. Eu fiquei tão impressionado, que eu vivia dizendo-o aonde quer que eu fosse”; “Sei”; “E a influência dele em mim foi tão forte, tão forte, que, se eu não tive filhos, foi por causa dele, você acredita?”; “‘Acredito’, eu disse, ‘claro’”; “Pois é… a força das palavras...Eu fico impressionado...A força que as palavras têm...”
O pesquisador padre Simão está convencido de que a sua descoberta do filho de Machado de Assis vai cair como uma bomba. A narrativa acrescenta: “‘Uma bomba’, eu repeti… ‘o que eles vão dizer? Como eles vão reagir?’”; “‘É’, eu disse”; “‘E o mundo editorial’, continuou o professor, inflamado. ‘Estudos, biografias, dicionários, livros, didáticos… o mundo acadêmico: gente que escreve livros inteiros explicando a obra do Bruxo pela ausência de filhos...E, agora, como é que eles vão ficar...?’”; “Já pensou...? Até no Exterior!”
O diálogo conta a história com incrível habilidade, sem perder a força e sem que o narrador tenha que fazer interrupções ou explicando as reações dos interlocutores, o que só ocorre na necessidade absoluta. Vem daí a necessidade de se examinar a necessidade ou não das marcações narrativas, quase sempre desnecessárias.
Na obra de arte ficcional, tudo tem função e efeito. Isso fica demonstrado, com clareza, quando se perde que o autor usa a marcação por imitação. Ou seja: se os outros fazem assim, também eu vou fazer. Erro grosseiro, sem dúvida. Assim:
– Você está brincando comigo... – disse Pedro coçando a barba...- porque nunca disse que a amo....
– Você não está entendendo nada... – Josefa continuou, sentada diante do namorado… – Não lhe imploro amor, mas apenas companhia...

Que importância narrativa tem “disse Pedro coçando a barba” ou “Josefa continuou sentada diante do namorado”? – são marcações inúteis e delas Vilela corre léguas. No máximo: “‘Desculpe’, eu disse, ‘me desculpe…’”; ‘Eu fiz um gesto de não-tem-nada-não.” Observem que a marcação corresponde a um gesto e tem, portanto, função e efeito, não é apenas imitação. Fazer porque os outros fazem… por isso o diálogo em Vilela é rápido e tão ágil. Pode, inclusive, contar histórias sem cenários e sem jogo de palavras.
Sem esquecer, sobretudo, a ironia deste livro inquietante, muito bem-escrito e muito bem-elaborado por um romancista que usa as suas melhores qualidades para atingir o melhor da obra de arte literária, dando aulas de criação, sem didatismo. É um livro que vai provocar muito debate nem só pela temática, mas sobretudo pela sua técnica apurada.
Nunca esqueça, Luiz Vilela é um escritor muito perigoso, justamente por causa da habilidade, da astúcia e da ironia.

PERNAMBUCO nº 129, novembro de 2016
Suplemento Cultural do Diário Oficial do Estado
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